O Brasil melhorou um pouco, no ano passado, seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas continua em 85º lugar entre os 187 países incluídos no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), porque outros países avançaram mais nas áreas pesquisadas: saúde, educação e renda.
Embora esteja no grupo de países com alto desenvolvimento humano, com IDH 0,730, o Brasil está distante do primeiro colocado, a Noruega (0,955). Estamos atrás também de quatro países da América do Sul: Chile, Argentina, Uruguai e Peru.
Logo após a divulgação do Pnud pela ONU, na última quinta-feira (14), o governo brasileiro reagiu. Conforme o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os dados estão defasados. Parte deles se referem a 2005 e 2010, para que possam ser comparados com os de outros países. Desse modo, o Pnud desconhece que a educação básica no Brasil foi ampliada para nove anos, deixando de fora do cálculos 4,6 milhões de crianças, reclama Mercadante. Por suas contas, a média de escolaridade da população brasileira com 25 ou mais anos de idade é de 7,4 anos e não 7,2. Do jeito que está, o Brasil e o Suriname têm a menor escolaridade da América do Sul. Com 7,4 o Brasil ultrapassaria a Colômbia.
Disputas à parte, o Brasil pode comemorar, pois em 1990 seu IDH era de 0,59. É um dos 15 países que mais progrediram em desenvolvimento humano, mas precisa avançar muito mais na educação. Um dos vários problemas brasileiros é o alto percentual (24,3%) de evasão escolar no ensino fundamental. No Chile não chega a 3% e na Argentina está em 6,2%. Menos de 50% da população brasileira com idade igual ou acima de 25 anos completou o ensino médio. Estamos mais uma vez abaixo do Chile (74%) e da Argentina (56%).
Nesse aspecto, há um dado positivo: a população brasileira mais jovem tem estudado mais e, com o passar do tempo, à medida que forem morrendo os brasileiros que até 1990 tiverem bem menos chances de ingressar nas escolas ou de progredir nos estudos, o país terá uma população com média maior de escolaridade.
A melhoria das condições de saúde é hoje uma preocupação dos governos, em seus três níveis. Havendo vontade política, é possível avançar rapidamente nesse fator de desenvolvimento medido pelo IDH. O mais difícil parece ser ainda a questão da renda. O Brasil deve não apenas conseguir maior crescimento do Produto Interno Bruto, como melhorar muito sua distribuição de renda. Excelente exemplo, a Noruega.